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19/07/2019

As vantagens de viver em um contêiner

A onda de transformar contêiner em casa começou no início deste século, na Inglaterra. Depois de usadas por oito anos para o transporte de cargas, as caixas de aço abandonadas em pátios junto a portos e terminais de trem despertaram o interesse de pessoas preocupadas com o reaproveitamento de materiais, prevendo a escassez de matéria-prima não renovável no futuro. Como o aço tem vida longa, alguns arquitetos decidiram adaptar os contêineres para moradia. A ideia ganhou repercussão e adeptos em todo o mundo repetiram a experiência, criando novas formas e possibilidades para a construção de casas.

 

 

Contêineres no Brasil

Embora o orçamento baixo seja um dos principais atrativos para a escolha desse tipo de casa, há conveniências maiores. Para mim, a maior vantagem está na redução do tempo da obra, enquanto uma casa de alvenaria leva dez meses para ficar pronta, uma de contêiner com 150 m² em três meses, incluindo todos os acabamentos.

Já o arquiteto Danilo Corbas resolveu, em 2011, fazer um projeto inovador com contêineres para sua casa na Granja Viana, na Grande São Paulo, porque gosta da estética industrial, além da questão sustentável. Ele usou quatro modelos de 40 pés para a construção de 196 m², distribuídos em sala de estar, escritório, sala de jantar, cozinha, três quartos, três banheiros, área de serviço, varanda e garagem. “É uma moradia normal. Até esqueço que vivo em lugar diferente. Só lembro quando olho para o teto da sala e vejo a estrutura de aço aparente, que também deixei na parte externa”, conta.

Mais bônus do que ônus

A primeira vantagem é não precisar comprar um terreno para construir a casa, é possível instalá-los em um imóvel alugado e levá-los junto na mudança. Desta maneira, agrega mais uma vantagem: a da mobilidade. Por por ser interpretada como uma construção temporária, a aprovação da obra na prefeitura pode ser agilizada.

Além de ser rápida, a obra é limpa e seca, sem o consumo de água. Entregamos no prazo de 15 a 20 dias os contêineres cortados, com portas, caixilhos das janelas e estrutura das paredes, como placas de gesso, MDF, PVC ou cimento, para receber no local os acabamentos escolhidos pelo morador. Embutimos as instalações elétrica e hidráulica na parede, entre a placa e a chapa de aço, e coloca junto isopor como isolamento termoacústico. Mas também pode fazer a casa inteira.

As adaptações dependem da escolha do projeto de arquitetura, que define as dimensões dos cômodos, os tipos de louças sanitárias e luminárias escolhidas. Temos alguns modelos de projetos de casas que podem passar por alterações de acordo com a vontade do cliente. O contêiner vem com piso de compensado naval, que pode receber outro revestimento com argamassa especial, se for cerâmica, para não trincar com a movimentação.

Custo mais baixo

O maior atrativo costuma ser o custo da construção, que fica cerca de 20% a 40% menor em relação a uma casa de alvenaria do mesmo tamanho e com os mesmos acabamentos. Comparada a uma obra de alvenaria com orçamento entre R$ 2 mil e R$ 2.500 o m², a economia é de 20%, incluindo o gasto com transporte, tratamento térmico e acabamentos, (preço referente a abril de 2015). O melhor é a praticidade da obra, sem a necessidade de fundação, as dores de cabeça e os imprevistos. Para a instalação dos contêineres no terreno, basta fazer as bases de concreto, de 30 x 30 cm, em cada ponta, e duas no meio, um centímetro mais alta para compensar a longarina que existe nas quinas.

Para Danilo, que fez sua casa com custo 25% mais baixo do que uma de alvenaria, a maior vantagem da construção com contêiner é não precisar conviver com os pedreiros e a sujeira da obra. “O forte é a sustentabilidade: não gera entulho e não usa água.”

Durabilidade e conforto

A durabilidade pode ser longa como a de um carro. Se o contêiner tiver uma boa manutenção, dura o resto da vida. Os fabricantes aplicam tinta náutica ou automotiva, PU, para protegê-lo. Um dos problemas pode ser o conforto. A pessoa deve querer muito a casa de contêiner, porque tem que instalar ar-condicionado para a temperatura ser agradável. Ele alerta para a necessidade de tomar certos cuidados ao cortar o contêiner porque a base e o teto podem ficar moles. Se for abrir uma lateral inteira, precisa colocar no lugar uma viga de aço invertida para reestruturá-lo e, assim, sustentar a cobertura. O problema é que a viga custa quase o valor de um contêiner. Em alguns casos, uso cobertura para formar beiral, que protege os caixilhos e cria um colchão de ar que melhora o conforto térmico. As pessoas têm preconceito do contêiner, porque se lembram das escolas de lata e acham que faz calor dentro. Mas damos as mesmas soluções térmicas e acústicas de uma boa arquitetura. A preocupação maior deve ser com a infiltração de água dentro da casa. Por isso, consideramos a cobertura a melhor saída. Como a maioria dos clientes não quer telhado convencional, costuma-se colocar uma cobertura plana sanduíche com isolante térmico.

Como ter uma casa contêiner

Os contêineres são comprados pelas companhias de transporte, que a cada oito anos trocam as frotas. Os antigos vão para empresas menores, que, depois de usá-los, os abandonam em pátios. Os internacionais ficam aqui, para uso doméstico, pois não compensa o custo do retorno vazio ao país de origem.

Geralmente, as pessoas procuram a construção com contêiner porque é rápida. Na fábrica, montamos 80% da casa, que chega praticamente pronta para ser colocada sobre as bases no terreno. Em cada carreta dá para levar um contêiner de 12 metros ou dois de 6 metros de comprimento. Como são estreitos, os cômodos ficam com pouco espaço de circulação, se montados em uma unidade. Dá até para fazer uma quitinete com um contêiner de 12 metros. Para uma casa, usamos dois separados e colocamos cobertura de vidro entre eles. Os moradores escolhem os revestimentos, mas muitas vezes o piso original de compensado naval, que é bonito, acaba sendo assumido. As paredes também podem receber apenas uma pintura. Considera que a estética do contêiner é o grande diferencial. Se a pessoa não gosta, perde a razão de usá-lo, diz. Por isso, deixamos sem revestimento pelo menos a parte externa. Internamente, a maioria prefere a aparência de casa convencional, com todos os acabamentos.

Modelos de contêineres

Os contêineres marítimos têm dois tamanhos: de 20 pés, 2,45 x 2,60 x 6 m, e de 40 pés, 2,45 x 2,90 x 12 m. O preço do modelo mais alto, chamado de HC, é R$ 10 mil. Existe o modelo refrigerado, para transportar alimentos, do mesmo tamanho, que custa R$ 15 mil. O serviço de adequação para moradia, sem louças, metais e móveis, fica entre R$ 1.100 e R$ 1.500 o m² na Total Storage (preços referentes a abril de 2015). O modelo refrigerado é mais caro, porque já tem paredes com isolamento térmico, mas o custo final fica igual ao do simples depois deste receber a estrutura. Economiza-se no material e na mão de obra, porém, as instalações elétrica e hidráulica precisam ficar aparentes no refrigerado. E ainda deve-se trocar o ar condicionado, porque o equipamento de refrigeração usado para transportar alimentos não tem uma regulagem de temperatura adequada para uma moradia.

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